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Revisão de Fim de Ano: Como Avaliar Seu Progresso e Planejar Seu Processo de Emagrecimento em 2025
Alimentar Autonomia - Edição #037

Tenho um sentimento ambíguo com Dezembro.
Gosto das lembranças em família que o fim de ano proporcionou como almoços com a casa cheia e algumas comemorações de réveillon com amigos.
Entretanto, desde que me tornei adulto (e amargo) com o passar dos anos, me distanciei das festas e datas comemorativas com um olhar mais cético e até demasiado crítico.
Minha natureza predominantemente introspectiva me fez priorizar o período para reflexões sobre mim mesmo em espaços de solitude.
Acredito que dezembro seja um bom mês para refletirmos sobre os acontecimentos do último ano.
Assim como uma oportunidade para planejarmos novos objetivos e metas para o ano que vai começar.
A vida é fluida e não se importa com as lacunas temporais que criamos.
Mas é cômodo e prático utilizarmos o fechamento de um ciclo temporal para pautarmos nossas ações.
Entretanto, não vejo como eficaz a maneira como a grande maioria das pessoas encara esse período do ano.
Status quo (o que normalmente acontece):

Por regra, olhamos para o passado e costumamos refletir sobre os últimos 12 meses de maneira binária:
Pensamos nas coisas boas que aconteceram.
Pensamos nas coisas ruins que aconteceram.
Assim como quando olhamos para o futuro, e almejamos resultados diferentes e listamos desejos e metas pontuais a serem atingidas.
E tudo bem com essa linha de raciocínio, até certo ponto.
O que há de errado no "status quo"?
“Toda vez que você se encontra do lado da maioria, é hora de parar e refletir”
Não concordo 100% com a frase acima.
Nem sempre seguir a maioria nos faz mal ou sequer é sinônimo de escolha errada.
Entretanto, em um mundo cada vez menos consciente e reflexivo, com valores questionáveis, tornou-se sim um parâmetro de preocupação.
Utilizo a sensação como um lembrete de alerta, para que, revisite as decisões que seguem as tendências.
Costumamos olhar para o passado como telespectadores passivos.
Nos removemos da equação, e nos vitimizamos das circunstâncias.
Assim como, ao listar desejos pontuais (quase aleatórios) sem reflexão sobre os mesmos.
Queremos realmente aquilo ou estamos desejando o que esperam que desejemos?
Será que estes são mesmo nossos desejos ou é o que se espera que deveríamos querer?
Em ambos, olhamos de forma passiva para a tarefa.
É contraintuitivo pensar que nossos próprios desejos podem ser passivos, não?
É mais fácil e confortável terceirizar para a sociedade ou para outros o trabalho difícil e amedrontador que é olhar para dentro.
"Quem olha pra fora, sonha. Quem olha pra dentro, acorda."
"E se..."
Proponho uma mudança na arquitetura com que conduzimos essa reflexão de dezembro.
Separei a proposta abaixo em etapas para facilitar o exercício.
Sugiro que passe um bom café, tenha papel e caneta em mãos e separe um tempo com calma para fazê-los.
Faça, de verdade.
Informação precisa motivar a ação, caso contrário, são apenas dados a deriva.
Review do ano findouro
Quando revisamos os acontecimentos do último ano, repassamos mentalmente os eventos como quem conta uma história.
Afinal, de fato é uma história, a sua história! O segredo está exatamente aí!
Toda história precisa de uma narrativa e de um narrador.
Quem a conta e como a conta, é tão (ou mais) importante do que a história em si.
A Bíblia figura entre o livro mais lido e vendido desde o sempre por um motivo.
Trata-se de uma boa história, muito bem contada.
Dicotomia do Controle

A “Analogia do Arqueiro” exemplifica o conceito de Dicotomia do Controle
Evite fazer como a grande maioria: contar sua história como um observador passivo.
Poxa, você estava lá! Você vivenciou todos esses eventos pessoalmente!
Ninguém te contou como foi, não é um relato de terceiros. É sua história!
Ao listar e revisitar os ocorridos, questione-se ao final:
"O desfecho desse ocorrido estava (ou não) sob meu controle?".
Falamos sobre a dicotomia do controle aqui.
Para os eventos não tão agradáveis, costumo me perguntar ainda:
"Havia algo que eu pudesse fazer para evitar ou remediar esse acontecimento?"
Quando treinamos diferenciar o que está sob nosso controle, do que não está, aprendemos a economizar energia.
Qual o objetivo de remoer um evento aleatório que não está sob seu controle?
Martirizar-se quando nada podia ser feito é sádico.
Assim como fugir da responsabilidade daquilo que podia ser diferente e estava ao seu alcance.
Exemplo real: No começo de 2024, ainda em Fevereiro, lesionei um dedo da mão esquerda.
Fiz uma lesão de polia e, protelei buscar atendimento médico.
A lesão piorou, e impediu que mantivesse meus treinos.
Descobri depois, que a lesão era comum e não séria, mas que poderia ter sido evitada com aquecimento e alongamentos específicos.
Ao invés de olhar a situação com vitimismo e reclamar aos deuses pela "má sorte", implementei sessões de aquecimento e alongamento com mais cuidado e cautela nos meus treinos.
O resultado podia ser diferente, estava sob meu controle.
O que posso fazer? Prevenir e aprender com a situação: evitar futuras lesões.
Amor Fati

Como humanos que somos, categorizamos eventos segundo uma visão binária: "bom" ou "ruim".
Nosso cérebro tende a simplificar as coisas.
Entretanto, essa simplificação pode ser prejudicial e esconder oportunidades.
"Amor fati" é uma expressão em latim que significa "amor ao destino" ou "aceitação entusiástica de tudo o que possa vir a acontecer".
É um conceito que está presente na filosofia estoica mas também bastante abordado por Friedrich Nietzsche.
Para os estoicos, o "amor fati" é a ideia de que devemos aceitar e aproveitar a vida, mesmo em seus aspectos mais dolorosos e cruéis.
A ideia é amar o destino como se não houvesse outro melhor, e que não devemos desejar que as coisas fossem diferentes.
Para "Fredinho", o "Amor fati" é uma forma de medir a grandeza da vontade afirmativa do homem.
Ele considerava que a celebração que os fortes fazem à vida, e que a luta também faz parte dele.
Com a premissa do conceito explicada, criei outro exercício que gosto de fazer (não só no final do ano, mas diariamente): "Ativar o Rinnegan".
Poucos entenderam a citação (otakus), mas para os não familiares com a palavra, sua origem vem de um poder ocular do manga Naruto.
Em resumo, trata-se de compreender que todo acontecimento possui múltiplos pontos de vista.
Enxergar mais de um ponto de vista sob um mesmo evento é poderoso (como o portador do Rinnegan em Naruto pode demonstrar).
Pergunte-se:
"Existe algum lado positivo nesse evento aparentemente negativo?" "Existe algum lado negativo nesse evento aparentemente positivo?"
Os novos lados percebidos não apagarão os efeitos iniciais, e nem devem.
A idéia não é confortar as feridas causadas pelos eventos ruins, nem tão pouco desestimular a alegria eufórica dos momentos bons.
O objetivo é compreender a ambiguidade da existência humana na sua essência.
Exemplo real: retomando a situação anterior, em que lesionei um dedo da mão esquerda.
A situação é inegavelmente negativa. Uma lesão, possíveis sequelas e uma limitação de treino.
Entretanto, foi uma oportunidade de investir no meu condicionamento cardiovascular e correr mais, já que não tinha como utilizar minhas mãos.
Assim como fortalecer membros inferiores. Nunca agachei tanto na minha vida.
Sempre existirá uma interpretação inversa à primeira análise.
Treine sua mente para enxergar os empecilhos como oportunidades.
Metas para o ano vindouro

“Papai Noel, velho batuta…” (você completa a letra da música)
Não gosto do Papai Noel. Odeio a correlação materialista e consumista que ele (e o Natal) assumiram.
Entretanto, meu eu-lírico cheguevariano sorri quando penso que o trabalho dele deve ser o pior de todos.
Receber cartas do com os desejos mais esdrúxulos e fantasiosos de todo o mundo.
Somos considerados racionais, mas quando se trata de traçar metas e objetivos, escrevemos um roteiro de ficção científica.
Listamos desejos aleatórios improváveis sem nos preocuparmos com a sua viabilidade.
Como se literalmente, Papai Noel fosse nos entregar o resultado mágico milagrosamente descendo pela chaminé (quem tem uma chaminé no Brasil?).
Proponho que vá além das metas fantasiosas e trace uma lista de ações compatíveis e alinhadas com seus objetivos.
Defina um passo-a-passo tangível para a meta desejada, não apenas liste objetivos levianos.
Objetivos pautados pelos resultados não costumam ser concretizados (e esse é o motivo da maioria das promessas de ano novo não serem cumpridas).
Quando transformamos metas em ações, transformamos um sonho em um planejamento.
Um planejamento pode ser seguido, reavaliado e adaptado durante o curso do tempo.
Um sonho, é o que é. Você não tem controle do que acontece quando está dormindo.
Sugiro ainda um terceiro nível nesse exercício: desenhe uma identidade compatível com os objetivos.
Quando construímos uma identidade compatível com os resultados que queremos, as ações que levam a esses resultados tornam-se parte de quem somos.
Essa nova identidade te norteará a tomar melhores decisões e facilitará navegar eventos problemáticos que por ventura se imponham no seu caminho.
Pode parecer bobagem, mas é assim que nos tornamos consistentes com novos hábitos.
Na prática, ao invés de desejar "Perder 10kg" e esperar que um milagre aconteça, liste ações:
Caminhar 30 minutos todas as manhãs.
Controlar a ingesta calórica (pesar as refeições ou preparar marmitas com antecedência).
Limitar o consumo de doces (não comprar mais guloseimas para ter em casa).
Exercício Adicional

Cada hábito te puxa pra um lado… Já pensou se todos eles estiverem alinhados?
Gosto de acreditar que os resultados que obtemos na vida são consequências daquilo que fazemos repetidamente.
Nosso peso e composição corporal não foge a essa regra.
Mapeie seus hábitos durante estes últimos dias do ano.
Liste tudo! Detalhadamente!
Horário em que acorda e em que vai dormir.
O que, quanto e quando come.
Quando, quanto e quão intensamente você se exercita.
Enfim, tudo que julgar pertinente.
Depois, classifique estes hábitos em 2 grandes grupos:
Hábitos que te aproximam da identidade desejada
Hábitos que te afastam da identidade desejada
Faltam só 17 dias, você consegue.
Afinal, não estou te pedindo para mudar nenhum destes hábitos (a princípio). Apenas registrá-los.
Ao final do ano, você terá uma boa lista com possíveis mudanças a serem feitas em 2025.
Cabe a você decidir quais irá fazer.
📍 🥵 "Skin in the Game":


Começou a “montanha-russa” do “bulking”
Expectativa: Ganho de Massa Magra
Realidade: +2.3kg
📝 Segunda semana em superávit calórico, com oscilações de peso bastante significativas (e esperadas). Dessa vez, um aumento de mais de 2kg. Não ganhei 2kg de músculo em uma semana. Essas oscilações são relativas à retenção hídrica. Comendo mais (especialmente mais carboidratos), era previsto que mais água fosse represada no tecido muscular. Segue o plano e aguardemos mais dados para avaliar resultados com mais propriedade.
⏬ 🧠 "Download Mental":
Descobri a arte dela através do algoritmo aleatório do Instagram. Um exemplo de que é possível utilizar as redes sociais de forma intencional e ter surpresas boas com isso.
💚 ☕ 🍋 Torta de (C)limão

Torta de limão de última hora acompanhado do Gabriel, meu primo que se mudou para cá este fim de semana.
Ele ficará em casa por um tempo, até se estabelecer na cidade.
Uma experiência nova para quem mora só há uns bons anos.
Por vezes, me vejo só (não num lugar ruim, adoro minha solitude, não me entendam mal).
Mas será uma boa oportunidade de dividir mais pensamentos e ideias.
"E você? Está solitário nas suas metas e objetivos atuais? Ou tem alguém com quem dividir seus planos?"
🫵🏽 Caso faça sentido para você:
🥇 Está cansado de seguir dietas mirabolantes e de não alcançar seus objetivos? Você não precisa enfrentar esse desafio sozinho.
📍🗓 Agende sua consulta AQUI.
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Werde der du bist 🪞🎯
Câmbio,
Carlos E. Silva
